A engenharia a serviço da evolução – a história do conhecimento que impulsiona o futuro.

O tempo histórico funciona de maneira diferente ao tempo que consideramos no dia-a-dia. Na nossa visão individual e simplista, centenas ou milhares de anos são uma eternidade; para a história, é apenas um recorte de um mesmo período onde sociedades mantinham uma relativa semelhança nas suas formas de viver, sempre marcado por um importante acontecimento histórico que determina quando certo período começa ou termina.

 

Da antiguidade à era contemporânea, podemos afirmar que uma área do conhecimento esteve presente em todos os grandes marcos transicionais, desempenhando um papel crucial na moldagem da sociedade e na condução da humanidade em direção a novos horizontes: a arte de pensar, inventar e construir.

 

Na era antiga, a engenharia foi marcada pela construção de monumentos que simbolizam o poder e a inovação das civilizações mais avançadas da época. As pirâmides egípcias, como as de Gizé, destacam o conhecimento avançado em engenharia civil e tecnologias praticamente impensáveis para o período em que viviam. Os Aquedutos Romanos, por outro lado, demonstram toda a força da capacidade inventiva humana para melhorar a qualidade de vida: em um período em que as tecnologias ainda eram primitivas, enormes estruturas que sobrevivem à séculos foram construídas para levar grandes quantidades de água por longas distâncias, abastecendo cidades e povoados afastados dos grandes centros.

 

Com legados que perduram até os dias de hoje – com enormes castelos, fortalezas e catedrais – a Idade Média trouxe avanços que vão muito além das construções. Nesse momento, a necessidade por eficiência na produção de alimentos fez com que inventores e construtores voltassem os esforços para dispositivos mecânicos capazes de facilitar o processamento e diminuir a dependência dos eventos climáticos. Surgiram, então, os moinhos de vento e os sistemas hidráulicos aprimorados – iniciava-se, ali, um novo momento para a engenharia mecânica.

 

Os motores que movem a humanidade – a nova era industrial

 

Chegamos, então, a um momento disruptivo da história humana – e completamente influenciada pelos avanços da engenharia: é iniciada a Revolução Industrial e, portanto, a Era Moderna. Desenvolvidas por James Watt, as máquinas a vapor transformaram para sempre a forma como produzimos e nos locomovemos. A partir dali, a fabricação artesanal e manual deu lugar à automatização dos processos fabris; cavalos e carroças deixaram de ser usados para o transporte de pessoas e cargas, dando lugar às locomotivas.

 

E esse era apenas o começo. A partir do século XIX, ainda no contexto da Revolução Industrial, foram desenvolvidos os protótipos dos primeiros motores de combustão interna, que viriam a transformar por completo a sociedade pouco tempo depois. Em 1879, Nikolaus Otto, um engenheiro alemão, patenteou um design eficiente de motor de quatro tempos, conhecido como o ciclo Otto. A partir da contribuição de Otto, a indústria automotiva começou a se desenvolver. Wilhelm Maybach e Gottlieb Daimler, também engenheiros alemães, foram pioneiros na aplicação bem-sucedida dos motores de combustão interna em veículos automotores. Em 1885, Daimler construiu o primeiro veículo com motor a gasolina, um precursor direto dos automóveis modernos.

 

Buscando um melhor aproveitamento do potencial térmico dos motores, o engenheiro alemão Rudolf Diesel patenteou, em 1892, aquele que viria a ser uma inovação significativa em relação aos motores a gasolina da época. Com um processo de combustão caracterizado pela compressão do ar, seguida da injeção de combustível, os motores a diesel desenvolvidos por Rudolf possuíam uma taxa de compressão mais alta em comparação com os motores a gasolina, proporcionando maior eficiência e melhor uso do combustível.

 

A eficiência energética encontrada por Diesel foi percebida como particularmente adequada para uma parcela dos veículos que os motores de ciclo Otto não eram capazes de mover com perfeição: os gigantes! Agora, grandes navios cargueiros, locomotivas e, posteriormente, caminhões passaram a se locomover com muito mais eficácia, oferecendo uma resposta mais imediata às crescentes demandas de transporte de mercadorias durante a Revolução Industrial.

 

 

A engenharia do agora – a criação a favor de salvar o planeta

 

Daremos, agora, um pequeno salto temporal. Já pudemos entender como a engenharia agiu como uma força propulsora por trás dos marcos de transição entre as eras – dos feitos monumentais da antiguidade até a capacidade de movimento da Revolução Industrial. Nesse momento do texto, entraremos no agora. Até onde todas essas inovação através dos séculos nos levaram?

 

Para começar, nada melhor do que falar sobre o que entendemos de verdade na SOMEC: os motores. Nem mesmo Rudolf Diesel, com sua engenharia brilhante e disruptiva, deve ter sido capaz de imaginar o ponto que sua invenção atingiria. Quando pensamos em motores a diesel, é comum que nosso imaginário nos remeta ao que está em nosso dia-a-dia. Caminhonetes, caminhões e máquinas agrícolas são, sim, veículos movidos a diesel.

 

Mas queremos fazer um exercício diferente: feche os olhos e imagine um caminhão. Pode ser um desses bem grandes, que vemos nas estradas. Agora, imagine esse caminhão multiplicado por dois. Pois é… esse é, provavelmente, o tamanho aproximado de um motor Wärtsilä-Sulzer 14RT-flex96C, o maior do planeta. Ele possui incríveis 13,52m de altura, 26,53m de comprimento, pesa mais de 2.300 toneladas, atinge a potência de 108.878 cv e possui torque de 775.376 mkgf.

 

Feitos para impulsionar enormes navios símbolos da Era Contemporânea, os grandes motores são responsáveis por tornar possível o comércio intenso de milhares de toneladas de produtos ou insumos entre países ou continentes.

 

Apesar de ainda se manter nos moldes da Revolução Industrial, construindo e inventando motores cada vez maiores, a sociedade mudou. As consequências da própria Era Moderna chegaram, e de uma forma muito mais rápida do que pensávamos. O Aquecimento Global foi, de acordo com milhares de cientistas, causado pelo aumento desenfreado da emissão de gases na atmosfera – gases esses gerados pela combustão de combustíveis fósseis, principalmente.

 

E é por isso que a Engenharia precisou mudar o foco. Corrigir os erros do passado, para garantir um novo futuro. É claro que, à época, ninguém poderia imaginar as consequências a longo prazo daquela nova tecnologia tão importante. Mas agora, que sabemos, os esforços se voltam para elas. A Era Contemporânea é marcada pela Corrida Espacial, que levou o homem a explorar o espaço; pela Internet, que a importância vai além de tudo que podemos imaginar; mas, principalmente, pela batalha pela sustentabilidade.

 

Estamos caminhando, nos últimos anos, para uma nova revolução disruptiva entre as eras: a Revolução das Energias Renováveis. Com a engenharia trabalhando em conjunto entre suas diversas áreas, pudemos inovar ao ponto de gerar energia com recursos inesgotáveis do planeta, como os raios de sol e o sopro dos ventos. Os motores, antes movidos a combustão, agora dão lugar à eletricidade. E aqueles que ainda são pensados na lógica da queima de combustíveis, agora têm a eficiência como lema, funcionando com menor emissão de gases e queimando combustíveis que emitem menos carbono.

 

O mundo está mudando diante dos nossos olhos, e uma coisa é certa: a engenharia está, assim como em todas as eras, sendo um motor que nos impulsiona para o futuro. Esse artigo foi, acima de tudo, uma homenagem ao Dia do Engenheiro – para todos os nossos amigos, parceiros, colaboradores e clientes que são responsáveis por desafiar o que existe para construir o impensável, deixamos o nosso agradecimento.

 

 

Muito obrigado, Engenheiros!

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