O que são as FPSOs?
Segundo levantamentos internacionais, o Brasil é o país com mais FPSOs (Floating Production, Storage and Offloading) – ou, como conhecemos, as Plataformas de Petróleo – em todo o planeta. A tecnologia consiste em uma unidade flutuante de armazenamento e transferência, sem a necessidade de instalações de oleodutos, conectada a vários poços por meio de Manifolds – equipamentos montados no leito marinho que interligam as linhas de produção e injeção nos poços. No Brasil, as Plataformas são fundamentais para a exploração de petróleo, tendo em vista que a maior parte das nossas jazidas está presente em águas profundas de difícil acesso.
Originalmente, as FPSOs eram navios petroleiros adaptados para assumir novas funções e capacidades produtivas. Atualmente, elas são construídas a partir de navios-tanque, nos quais diversos módulos são instalados, como unidades de tratamento de água, geração de energia elétrica e tratamento de gás H2S. O óleo ali extraído passa por processos de secagem e separação de sedimentos antes de ser direcionado aos tanques, quando passa a aguardar a transferência para o navio aliviador – responsável pela transferência do óleo para refinarias ou outros destinos.
As FPSOs no Brasil
Se hoje o Brasil é um dos maiores produtores de petróleo em águas profundas, isso tem muito a ver com a utilização das FPSOs. Construídos com mão de obra altamente qualificada, o país desenvolveu uma tecnologia pioneira, sendo o responsável pela consolidação mundial dessa forma de extração. Hoje, vamos conhecer melhor as principais e mais antigas FPSOs em atividade no nosso território.
A primeira plataforma brasileira foi aposentada em 2018, depois de incríveis anos de serviço para a nossa principal indústria. Apesar do termo FPSO ter sido formalizado apenas em 1992, a PP-Moraes (ou P-14, pós 1992) já produzia, armazenava e transferia petróleo desde os anos 70, quando foi adaptada. Nos anos 80, iniciou a operação na Bacia de Campos, no campo de Garoupa, operando ainda com as regras aplicáveis a navios, fazendo com que fosse necessário o retorno aos portos para vistoria após poucos anos, prejudicando a produtividade.
Depois de modernizada, a FPSO continuou sua majestosa jornada de pioneirismo. Operando em águas cada vez mais profundas, a agora P-34 passou a atuar no Campo de Jubarte, no Espírito Santo, sendo a primeira plataforma de exploração do pré-sal em atividade no país.
Atualmente, o Brasil possui 69 FPSOs em atividade, sendo 61 operadas pela Petrobras. As outras oito são operadas por empresas privadas: duas pela Shell na Bacia de Campos e as outras individualmente por Total, Chevron, Equinor, PetroRio, Dommo Energia e QGEP nas bacias de Campos ou Santos.
Entre as mais importantes, podemos destacar:
● FPSO Carioca: 163,981 barris/dia de petróleo, 5,455 milhões m³/dia de gás.
● FPSO Cidade de Maricá: 145,035 barris/dia de petróleo, 5,436 milhões m³/dia de gás.
● FPSO Cidade de Itaguaí: 130,494 barris/dia de petróleo, 7,194 milhões m³/dia de gás.
É importante falar, também, das FPSOs mais antigas em atividade no Brasil:
● FPSO Cidade do Rio de Janeiro: Começou suas operações em 2007 no campo de Espadarte, na Bacia de Campos. Pertence à empresa Modec.
● FPSO Cidade de São Paulo: Iniciou suas atividades em 2007 no campo de Sapinhoá, na Bacia de Santos. Este FPSO também é operado pela Modec.
● FPSO Cidade de Santos: Começou suas operações em 2008 no campo de Uruguá, na Bacia de Santos, e também pertence à empresa Modec.
● FPSO Cidade de Angra dos Reis: Iniciou suas atividades em 2009 no campo de Lula (anteriormente conhecido como Tupi), na Bacia de Santos. Operado pela Petrobras, este FPSO é parte do consórcio BM-S-11.
O futuro das FPSOs no Brasil
A indústria petrolífera do Brasil está em constante evolução, com altas expectativas de produção para o próximo ano. Com um 2023 excepcional, batendo diversos recordes de produção e sendo um dos principais impulsionadores da oferta mundial de petróleo, o país planeja voar alto nos próximos anos, se firmando de vez como o nome a ser batido na produção em altas profundidades.
Para manter a soberania, o já líder mundial em número de FPSOs se prepara para lançar mais 14 plataformas desse tipo ainda nos próximos 5 anos, em um investimento que deve chegar na casa dos 102 bilhões de dólares. Segundo a Petrobras, “está sendo construída uma nova geração de plataformas, mais modernas, mais tecnológicas, mais eficientes e com menores emissões”.
Ainda segundo a estatal, as novas unidades de produção vão permitir que o país alcance, em 5 anos, a incrível marca dos 3,2 milhões de barris equivalentes de óleo e gás por dia, com o pré-sal representando 79% desse total.
E você, caro leitor, já conhecia essa tecnologia nacional fundamental para o petróleo mundial?
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