Seguindo as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Ministério da Saúde do Brasil instituiu o dia 1 de dezembro como Dia Mundial da Luta Contra a Aids, em 1988 – ano em que a epidemia da doença estava em seu auge. Apenas em 2017, porém, o Ministério da Saúde promulgou a Lei 13.504, que institui a Campanha Nacional de Prevenção ao HIV e à Aids, chamada de Dezembro Vermelho.
Com o objetivo de assegurar os direitos humanos das pessoas que vivem com o vírus ou a doença, assistir e proteger as que foram expostas ao vírus, e promover eventos sobre a conscientização sobre o tema, incentivando a prevenção, a campanha possui uma importância fundamental em um momento onde as infecções parecem, novamente, estar aumentando de forma preocupante.
A campanha consiste na realização de palestras e atividades educativas, veiculação de campanhas de mídia, realização de eventos e iluminação de prédios públicos com luzes de cor vermelha, chamando a atenção para a causa.
O que é a Aids?
Mesmo sendo uma doença muito conhecida, a Aids ainda é um conceito vago para muitas pessoas. Causada pelo vírus HIV, a Aids é uma doença autoimune que ataca o sistema imunológico, enfraquecendo o sistema do corpo que combate outras infecções e doenças. Resumindo, o vírus é responsável por deixar o seu sistema imunológico incapaz de reagir a doenças consideradas mais “leves”, como, por exemplo, gripes, que podem rapidamente evoluir para pneumonias.
Sua epidemia começou a chamar a atenção das autoridades em 1981, quando casos incomuns de pneumonia e câncer começaram a surgir em Los Angeles e Nova York, ainda sem causa definida. No ano seguinte, a enfermidade ganhou o nome de Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (que forma a sigla AIDS em inglês), e foi descoberto que o vírus poderia ser transmitido por contato sexual, uso de drogas injetáveis ou exposição de sangue e derivados.
Atualmente, estima-se que mais de 30 milhões de pessoas estejam infectadas com HIV, sendo cerca de 1 milhão somente no Brasil.
As formas de prevenção e detecção de ISTs
É importante, sempre, relembrar: o HIV não tem cara, muito menos orientação sexual. Por estigmas de uma sociedade preconceituosa, a doença foi muito ligada à homossexualidade nos anos 80 e 90, sendo considerada, inclusive, uma “doença dos gays”. Isso não é verdade. Qualquer pessoa que manteve relações sexuais de todos os tipos (oral, vaginal ou anal) ou compartilhou materiais perfurantes pode estar infectada e não saber.
Além disso, o sexo desprotegido está associado à diversas outras doenças, como:
● Herpes genital;
● Cancro mole (cancroide);
● HPV;
● Gonorreia e infecção por Clamídia;
● Sífilis.
A prevenção é a única maneira de evitar a contaminação!
● Faça o teste regularmente (e exija que seu parceiro faça também)! A única forma de saber se você é ou não portador do vírus é testando. Os testes são distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS);
● Use preservativo em todas as relações sexuais;
● Caso saiba que irá correr o risco de entrar em contato com o vírus, utilize a profilaxia pré-exposição (PrEP), uma cartela de comprimidos fornecidos pelo SUS que fortalecem o organismo contra o HIV;
● Não compartilhe seringas ou materiais cortantes;
● Vacine-se contra a HPV e a Hepatite B.
Acho que me infectei, o que fazer?
Se você praticou relações sexuais sem proteção com pessoas desconhecidas ou dividiu materiais perfurantes, a recomendação do Ministério da Saúde é para procurar, imediatamente, um posto médico para a realização do teste e ministração do coquetel de emergência, que podem evitar a instalação da infecção no sistema imunológico.
Se o resultado do exame for positivo, não se desespere! Os avanços trazidos pela medicina permitem que pessoas soropositivas vivam normalmente, com a doença mantida em níveis quase imperceptíveis e sem possibilidade de transmissão para outras pessoas.
Todas as pessoas diagnosticadas com HIV têm direito a receber, gratuitamente, medicamentos para proteger o seu sistema imunológico. Esses medicamentos impedem que o vírus se replique dentro das células T CD4+ e evitam, assim, que a imunidade caia e que a Aids apareça. É necessário manter o acompanhamento médico em dia para controlar ao máximo a doença.
Ser portador de HIV não é uma vergonha, muito menos uma sentença de morte. Pessoas soropositivas têm o direito e podem, sem nenhum problema, seguir uma vida normalmente: se relacionar, se casar, ter filhos… longe de estigmas e preconceitos. É necessário, porém, manter os cuidados médicos e o tratamento sempre em dia!
Até a próxima!